terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

O que é ser Mulher???

O QUE É SER MULHER?

Um dia, me perguntaram como é ser mulher nos dias de hoje e eu respondi que ser mulher é aprender.
Percebi que a minha resposta não tinha sido tão clara e satisfatória.
Tentei me explicar e disse, orgulhosamente, que ao longo de muitos anos a mulher aprendeu a não mais andar de joelho curvado e de cabeça baixa.
Aprendeu a levantar sozinha e a enxugar as próprias lágrimas.
Ela percebeu que podia ser muito mais do que as pessoas lhe diziam.
Aprendeu a tirar a roupa e a se mostrar sem medo e percebeu que também sentia desejos e que gostava de senti-los.
E, andando com as próprias pernas, ela entendeu que havia espaço suficiente para ela em qualquer lugar e decidiu ocupá-los.
Ela não se intimidou com o longo caminho que iria percorrer para fazer com que os outros entendessem que ela tinha direito aos direitos que lhe cabiam.
E ela, na sua magnífica força e coragem, aprendeu a ser livre, a gritar quando tem vontade, a chorar quando precisar chorar e a sorrir mesmo quando a situação não permitir sorrir.
Mas, acima de tudo, aprendeu a ser forte.
De calça comprida, salto alto, com rosto pintado e cabelos escovados.
Ela aprendeu a ser muito mais do que uma mulher vaidosa.
Aprendeu a ser idealista, determinada e precisa.
Aprendeu a falar alto quando necessário.
Mas não foi só isso. Ela aprendeu muito mais...
Aprendeu com a vida, com a situação, com a dor (a não ser apenas uma reprodutora e esposa).
Aprendeu que ela é uma parte importante na história, alguém que poderia ultrapassar, com ousadia e coragem, os limites da hierarquia.
Ela ensinou aos outros a terem respeito pela sua luta e alguns assim entenderam, outros não.
Ela aprendeu a tomar conta de si mesma, a tomar decisões e a não ter medo de dizer: "Eu posso".
Aprendeu que não se deve ter vergonha do sexo, nem de dizer que gosta de sexo.
Aprendeu a tomar iniciativa e a dizer "não" quando necessário.
E percebeu que pode se prevenir e decidir a hora certa de ser mãe sem ser pressionada.
E, perante os olhos intimadores dos homens e de tamanha curiosidade, ela levantou a cabeça e mostrou que não era uma boneca de porcelana, mas que podia ser quebrada várias vezes e que sempre conseguia se juntar sem perder nenhum dos pedaços.
Isso é ser mulher!

Autoria Desconhecida

domingo, 24 de fevereiro de 2008

Já..

Já escondi um AMOR com medo de perdê-lo, já perdi um AMOR por escondê-lo... Já segurei nas mãos de alguém por medo, já tive tanto medo, ao ponto de nem sentir minhas mãos... Já expulsei pessoas q amava de minha vida, já me arrependi por isso... Já passei noites chorando até pegar no sono, já fui dormir tão feliz, ao ponto de nem conseguir fechar os olhos... Já acreditei em amores perfeitos, já descobri q eles não existem... Já amei pessoas q me decepcionaram, já decepcionei pessoas q amaram... Já passei horas na frente do espelho tentando descobrir quem sou, já tive tanta certeza de mim, ao ponto de querer sumir... Já menti e me arrependi depois, já falei a verdade e também me arrependi... Já fingi não dar importância às pessoas q amava, para mais tarde chorar quieta em meu canto... Já sorri chorando lágrimas de tristeza, já chorei de tanto rir... Já acreditei em pessoas q não valiam a pena, já deixei de acreditar nas q realmente valiam... Já tive crises de riso quando não podia... Já quebrei pratos, copos e vasos, de raiva... Já senti muita falta de alguém, mas nunca lhe disse... Já gritei quando deveria calar, já calei quando deveria gritar... Muitas vezes deixei de falar o q penso para agradar uns, outras vezes falei o q não pensava para magoar outros... Já fingi ser o q não sou para agradar uns, já fingi ser o q não sou para desagradar outros... Já contei piadas e mais piadas sem graça, apenas para ver um amigo feliz... Já inventei histórias com final feliz para dar esperança a quem precisava... Já sonhei demais, ao ponto de confundir com a realidade... Já tive medo do escuro, hoje no escuro "me acho, me agacho, fico ali"... Já cai inúmeras vezes achando q não iria me reerguer, já me reergui inúmeras vezes achando q não cairia mais... Já liguei para quem não queria apenas para ligar para quem realmente queria... Já corri atrás de um carro, por ele levar embora, quem eu amava... Já chamei pela mamãe no meio da noite fugindo de um pesadelo... mas ela não apareceu e foi um pesadelo maior ainda... Já chamei pessoas próximas de "amigo" e descobri q não eram... Algumas pessoas nunca precisei chamar de nada e sempre foram e serão especiais para mim... Não me dêem fórmulas certas, porque eu não espero acertar sempre... Não me mostre o q esperam de mim, porque vou seguir meu coração!... Não me façam ser o q não sou, não me convidem a ser igual, porque sinceramente sou diferente!... Não sei amar pela metade, não sei viver de mentiras, não sei voar com os pés no chão... Sou sempre eu mesma, mas com certeza não serei a mesma pra SEMPRE! Gosto dos venenos mais lentos, das bebidas mais amargas, das drogas mais poderosas, das idéias mais insanas, dos pensamentos mais complexos, dos sentimentos mais fortes ... Tenho um apetite voraz e os delírios mais loucos. Você pode até me empurrar de um penhasco q eu vou dizer: - E daí? EU ADORO VOAR!
desconhecido

Coisas que a vida ensina depois dos 40

Amor não se implora, não se pede não se espera...
Amor se vive ou não.
Ciúmes é um sentimento inútil. Não torna ninguém fiel a você.
Animais são anjos disfarçados, mandados à terra por Deus para
mostrar ao homem o que é fidelidade.
Crianças aprendem com aquilo que você faz, não com o que você diz.
As pessoas que falam dos outros pra você, vão falar de você para os outros.
Perdoar e esquecer nos torna mais jovens.
Água é um santo remédio.
Deus inventou o choro para o homem não explodir.
Ausência de regras é uma regra que depende do bom senso.
Não existe comida ruim, existe comida mal temperada.
A criatividade caminha junto com a falta de grana.
Ser autêntico é a melhor e única forma de agradar.
Amigos de verdade nunca te abandonam.
O carinho é a melhor arma contra o ódio.
As diferenças tornam a vida mais bonita e colorida.
Há poesia em toda a criação divina.
Deus é o maior poeta de todos os tempos.
A música é a sobremesa da vida.
Acreditar, não faz de ninguém um tolo. Tolo é quem mente.
Filhos são presentes raros.
De tudo, o que fica é o seu nome e as lembranças a cerca de suas ações.
Obrigada, desculpa, por favor, são palavras mágicas, chaves que
abrem portas para uma vida melhor
O amor... Ah, o amor...
O amor quebra barreiras, une facções,
destrói preconceitos,
cura doenças...
Não há vida decente sem amor!
E é certo, quem ama, é muito amado.
E vive a vida mais alegremente...
Artur da Távola

Dor física X Dor emocional

DOR FÍSICA X DOR EMOCIONAL
26 de outubro de 1998

O maior medo do ser humano, depois do medo da morte, é o medo da dor. Dor física: um corte, uma picada, uma ardência, uma distenção, uma fratura, uma cárie. Dor que só cessa com analgésico, no caso de ser uma dor comum, ou com morfina, quando é uma dor insuportável. Mas é a dor emocional a mais temível, porque essa não tem medicamento que dê jeito.

Uma vez, conversando com uma amiga, ficamos nessa discussão por horas: o que é mais dolorido, ter o braço quebrado ou o coração? Uma pessoa que foi rejeitada pelo seu amor sofre menos ou mais do que quem levou 20 pontos no supercílio? Dores absolutamente diferentes. Eu acho que dói mais a dor emocional, aquela que sangra por dentro. Qualquer mãe preferiria ter úlcera para o resto da vida do que conviver com o vazio causado pela morte de um filho.

As estatísticas não mentem: é mais fácil ser atingida por uma depressão do que por uma bala perdida. Existe médico para baixo astral? Psicanalistas. E remédio? Anti-depressivos. Funcionam? Funcionam, mas não com a rapidez de uma injeção, não com a eficiência de uma cirurgia. Certas feridas não ficam à mostra. Acabar com a dor da baixa-estima é bem mais demorado do que acabar com uma dor localizada.

Parece absurdo que alguém possa sofrer num dia de céu azul, na beira do mar, numa festa, num bar. Parece exagero dizer que alguém que leve uma pancada na cabeça sofrerá menos do que alguém que for demitido. Onde está o hematoma causado pelo desemprego, onde está a cicatriz da fome, onde está o gesso imobilizando a dor de um preconceito? Custamos a respeitar as dores invisíveis, para as quais não existem prontos-socorros. Não adianta assoprar que não passa.

Tenho um respeito tremendo por quem sofre em silêncio, principalmente pelos que sofrem por amor. Perder a companhia de quem se ama pode ser uma mutilação tão séria quanto a sofrida por Lars Grael, só que os outros não enxergam a parte que nos falta, e por isso tendem a menosprezar nosso martírio. O próprio iatista terá sua dor emocional prolongada por algum tempo, diante da nova realidade que enfrenta. Nenhuma fisgada se compara à dor de um destino alterado para sempre.
Martha Medeiros

Dos ficantes aos namoridos

Se você é deste século, já sabe que há duas tribos que definem o que é um relacionamento moderno.

Uma é a tribo dos ficantes. O ficante é o cara que te namora por duas horas numa festa, se não tiver se inscrito no campeonato “Quem pega mais numa única noite”, quando então ele será seu ficante por bem menos tempo — dois minutos — e irá à procura de outra para bater o próprio recorde. É natural que garotos e garotas queiram conhecer pessoas, ter uma história, um romance, uma ficada, duas ficadas, três ficadas, quatro ficadas... Esquece, não acho natural coisa nenhuma. Considero um desperdício de energia.

Pegar sete caras. Pegar nove “mina”. A gente está falando de quê, de catadores de lixo? Pegar, pega-se uma caneta, um táxi, uma gripe. Não pessoas. Pegue-e-leve, pegue-e-largue, pegueeuse, pegue-e-chute, pegue-e-conte-para-os-amigos.

Pegar, cá pra nós, é um verbo meio cafajeste. Em vez de pegar, poderíamos adotar algum outro verbo menos frio. Porque, quando duas bocas se unem, nada é assim tão frio, na maioria das vezes esse “não estou nem aí” é jogo de cena. Vão todos para a balada fingindo que deixaram o coração em casa, mas deixaram nada. Deixaram a personalidade em casa, isso sim.

No entanto, quem pode contra o avanço (???) dos costumes e contra a vulgarização do vocabulário? Falando nisso, a segunda tribo a que me referia é a dos namoridos, a palavra mais medonha que já inventaram. Trata-se de um homem híbrido, transgênico.

Em tese, ele vale mais do que um namorado e menos que um marido. Assim que a relação começa, juntam-se os trapos e parte-se para um casamento informal, sem papel passado, sem compromisso de estabilidade, sem planos de uma velhice compartilhada — namoridos não foram escolhidos para serem parceiros de artrite, reumatismo e pressão alta, era só o que faltava.

Pois então. A idéia é boa e prática. Só que o índice de príncipes e princesas virando sapo é alta, não se evita o tédio conjugal (comum a qualquer tipo de acasalamento sob o mesmo teto) e pula-se uma etapa quentíssima, a melhor que há.

Trata-se do namoro, alguns já ouviram falar. É quando cada um mora na sua casa e tem rotinas distintas e poucos horários para se encontrar, e esse pouco ganha a importância de uma celebração.

Namoro é quando não se tem certeza absoluta de nada, a cada dia um segredo é revelado, brotam informações novas de onde menos se espera. De manhã, um silêncio inquietante. À tarde, um mal-entendido. À noite, um torpedo reconciliador e uma declaração de amor.

Namoro é teste, é amostra, é ensaio, e por isso a dedicação é intensa, a sedução é ininterrupta, os minutos são contados, os meses são comemorados, a vontade de surpreender não cessa — e é a única relação que dá o devido espaço para a saudade, que é fermento e afrodisíaco. Depois de passar os dias se vendo só de vez em quando, viajar para um fim de semana juntos vira o céu na Terra: nunca uma sexta-feira nasce tão aguardada, nunca uma segunda-feira é enfrentada com tanta leveza.

Namoro é como o disco “Sgt. Peppers”, dos Beatles: parece antigo e, no entanto, não há nada mais novo e revolucionário. O poeta Carlos Drummond de Andrade também é de outro tempo e é para sempre. É ele quem encerra esta crônica, dando-nos uma ordem para a vida: “Cumpra sua obrigação de namorar, sob pena de viver apenas na aparência. De ser o seu cadáver itinerante".
Martha Medeiros

Promessas de casamento

Em maio de 98, escrevi um texto em que afirmava que achava bonito o ritual do casamento a igreja, com seus vestidos brancos e tapetes vermelhos, mas que a única coisa que me desagradava era o sermão do padre. "Promete ser fiel na alegria e na tristeza, na saúde e na doença, amando-lhe e respeitando-lhe até que a morte os separe?" Acho simplista e um pouco fora da realidade. Dou aqui novas sugestões de sermões:

- Promete não deixar a paixão fazer de você uma pessoa controladora, e sim respeitar a individualidade do seu amado, lembrando sempre que ele não pertence a você e que está ao seu lado por livre e espontânea vontade?
- Promete saber ser amiga(o) e ser amante, sabendo exatamente quando devem entrar em cena uma e outra, sem que isso lhe transforme numa pessoa de dupla identidade ou numa pessoa menos romântica?
- Promete fazer da passagem dos anos uma via de amadurecimento e não uma via de cobranças por sonhos idealizados que não chegaram a se concretizar?
- Promete sentir prazer de estar com a pessoa que você escolheu e ser feliz ao lado dela pelo simples fato de ela ser a pessoa que melhor conhece você e portanto a mais bem preparada para lhe ajudar, assim como você a ela?
- Promete se deixar conhecer?
- Promete que seguirá sendo uma pessoa gentil, carinhosa e educada, que não usará a rotina como desculpa para sua falta de humor?
- Promete que fará sexo sem pudores, que fará filhos por amor e por vontade, e não porque é o que esperam de você, e que os educará para serem independentes e bem informados sobre a realidade que os aguarda?
- Promete que não falará mal da pessoa com quem casou só para arrancar risadas dos outros?
- Promete que a palavra liberdade seguirá tendo a mesma importância que sempre teve na sua vida, que você saberá responsabilizar-se por si mesmo sem ficar escravizado pelo outro e que saberá lidar com sua própria solidão, que casamento algum elimina?
- Promete que será tão você mesmo quanto era minutos antes de entrar na igreja?

Sendo assim, declaro-os muito mais que marido e mulher: declaro-os maduros.
Martha Medeiros

Let me try again

LET ME TRY AGAIN
27 de setembro de 1999

Você viveu um grande amor que terminou meses atrás. Está só. Nada nesta mão, nada na outra. A sexta-feira vai terminando e, enquanto seus colegas de trabalho aquecem as turbinas para o fim-de-semana, você procura no jornal algum filme que ainda não tenha visto na tevê. Ao descobrir que vai passar Kramer vs. Kramer de novo, não resiste e cai em tentação: liga para o ex.

Tentar outra vez o mesmo amor. Quem já não caiu nesta armadilha? Se ele também estiver sozinho, é sopa no mel. Os dois já se conhecem de trás para frente. Não precisam perguntar o signo: podem pular esta parte e ir direto ao que interessa. Sabem o prato preferido de cada um, se gostam de mar ou de montanha, enfim, está tudo como era antes, é só prorrogar a vigência do contrato. Tanto um como o outro sabem de cor o seu papel.

Porém, apesar de toda boa intenção, nenhum dos dois consegue disfarçar o cheirinho de comida requentada que fica no ar. O motivo que levou à separação continua por ali, escondido atrás do sofá, e qualquer hora aparece para um drinque. O fim de um romance quase nunca tem a ver com os rompimentos de novela, onde a mocinha abre mão do amado porque alguém a está chantageando ou porque descobriu que ele é, na verdade, seu irmão gêmeo. No último capítulo tudo se esclarece e a paixão segue sem cicatrizes. Já rompimentos causados por incompatibilidades reais não são assim tão fáceis de serem contornados.

Toda reconciliação é precedida por uma etapa onde o casal, cada um no seu canto, faz idealizações. As frases que não foram ditas começam a ser decoradas. As mancadas não serão repetidas. As discussões serão evitadas. Na nossa cabeça, tudo vai dar certo: o roteiro do romance foi reescrito e os defeitos foram retirados do script, ficando só as partes boas. Mas na hora de encenar, cadê o diretor? À sós no palco, constatamos que somos os mesmos de antigamente, em plena recaída.

Se alguém termina um namoro ou casamento, passa um tempo sozinho e depois resolve voltar só por falta de opção, está procurando sarna para se coçar. Até existe a possibilidade de dar certo, mas a sensação é parecida com a de rever um filme. Numa segunda apreciação, pode-se descobrir coisas que não haviam sido notadas na primeira vez, já que não há tanta ansiedade. Mas também não há impactos, surpresas, revelações. Ficamos preparados tanto para as alegrias como para os sustos e, cá entre entre nós, isso não mantém o brilho do olho.

Se já não há mais esperança para o relacionamento e tendo doído tanto a primeira separação, não há por que batalhar por uma sobrevida deste amor, correndo o risco de ganhar de brinde uma sobrevida para a dor também. É melhor aproveitar esta solidão indesejada para namorar um pouco a si mesmo e ir se preparando para o amor que vem. Evite a marcha a ré. Engate uma primeira nesse coração.
Martha Medeiros

O medo do Amor

Medo de amar? Parece absurdo, com tantos outros medos que temos que enfrentar: medo da violência, medo da inadimplência, e a não menos temida solidão, que é o que nos faz buscar relacionamentos. Mas absurdo ou não, o medo de amar se instala entre as nossas vértebras e a gente sabe por quê.

O amor, tão nobre, tão denso, tão intenso, acaba. Rasga a gente por dentro, faz um corte profundo que vai do peito até a virilha, o amor se encerra bruscamente porque de repente uma terceira pessoa surgiu ou simplesmente porque não há mais interesse ou atração, sei lá, vá saber o que interrompe um sentimento, é mistério indecifrável. Mas o amor termina, mal-agradecido, termina, e termina só de um lado, nunca se encerra em dois corações ao mesmo tempo, desacelera um antes do outro, e vai um pouco de dor pra cada canto. Dói em quem tomou a iniciativa de romper, porque romper não é fácil, quebrar rotinas é sempre traumático. Além do amor existe a amizade que permanece e a presença com que se acostuma, romper um amor não é bobagem, é fato de grande responsabilidade, é uma ferida que se abre no corpo do outro, no afeto do outro, e em si próprio, ainda que com menos gravidade.

E ter o amor rejeitado, nem se fala, é fratura exposta, definhamos em público, encolhemos a alma, quase desejamos uma violência qualquer vinda da rua para esquecermos dessa violência vinda do tempo gasto e vivido, esse assalto em que nos roubaram tudo, o amor e o que vem com ele, confiança e estabilidade. Sem o amor, nada resta, a crença se desfaz, o romantismo perde o sentido, músicas idiotas nos fazem chorar dentro do carro.

Passa a dor do amor, vem a trégua, o coração limpo de novo, os olhos novamente secos, a boca vazia. Nada de bom está acontecendo, mas também nada de ruim. Um novo amor? Nem pensar. Medo, respondemos.

Que corajosos somos nós, que apesar de um medo tão justificado, amamos outra vez e todas as vezes que o amor nos chama, fingindo um pouco de resistência mas sabendo que para sempre é impossível recusá-lo.
Martha Medeiros

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Procuro você!!!!

Procuro você, e não o encontro.
E quanto mais o procuro, mais anseio por encontrá-lo, aprisionada na sensação de que, ao encontrá-lo, encontrarei, enfim, a parte perdida de mim mesma, sem a qual jamais retornarei à minha unidade.

Procuro você, pessoa especial, capaz de guardar segredos já tão pesados dentro de mim, segredos da ternura que escorrega por minhas mãos estendidas à sua espera, por tanto, tanto tempo.

Procuro você que se deixe invadir pela música, até que ela o transporte, como faz a mim, a um campo verde e orvalhado onde seja possível respirar o ar puro de uma manhã vestida de esperança.

Procuro você que tenha coragem de levantar às quatro horas da madrugada para dançar na chuva ao som do Sinatra; e que ame de verdade a chuva — este pranto divino que lava a terra e prepara a alma; que se deixe levar pelo pôr-do-sol dourado sem medo de não retornar nunca mais, e que adormeça, junto a mim, embalado pelos acordes perfeitos de Sonata ao Luar.

Procuro você que me respeite como ser humano; que usufrua da doçura da minha feminilidade mas também aplauda a força que me mantém viva; que seja forte e equilibrado para não se sentir ameaçado pelas minhas vitórias, e que continue forte e equilibrado para não se deixar abater pelas minhas derrotas.

Procuro você que queira de mim uma companheira, uma amiga, uma amante e um porto seguro, mas que nunca me tire a seiva que me nutre nem me sugue a vida ou tente me transformar naquilo que não posso e não quero ser.

Procuro você que através do mais infinito amor me liberte para que eu possa me alongar em você até que então, juntos, aprendamos a dançar o mesmo e perfeito compasso.

Procuro você que precise de mim por me amar inabalavelmente e que jamais me ame simplesmente por não poder viver sozinho. Que queira lutar ao meu lado contra o mundo inteiro, se preciso for e que me veja, sempre, como alguém IGUAL a você.

Procuro você QUE ME ACEITE COMO SOU, que respeite minhas limitações e se orgulhe da coragem com que luto contra elas. Que compreenda meus silêncios e os veja como um processo profundo de auto-conhecimento e busca daquilo que é melhor para mim, pois quanto mais eu crescer, tanto maior será minha capacidade de me dar a você.

Procuro você que acenda, vez por outra, o fósforo que reaviva a chama da nossa paixão; que não se esqueça de me trazer flores e lembrar nossas datas especiais; que ligue num momento qualquer só para dizer que sentiu saudades, e que cerque de carinho ANTES de me sentir escapar.

Procuro você QUE FALE SEMPRE A VERDADE, mesmo que ela doa e faça sangrar, e ainda que a verdade seja contra tudo aquilo que julgarmos importante para nós tenha humildade suficiente para reconhecer-se humano e passível de errar.

Procuro você que se emocione quando eu disser baixinho que o quero tanto que chega a doer em mim, que me abrace forte quando houver tempestades lá fora e que converse comigo quando a insônia me fizer companhia.

Procuro você que seja sensível, carinhoso e sensual, que beije com a alma e sinta meu corpo como uma extensão do seu; que aprenda a desnudar meus mistérios e despertar meus desejos reprimidos e que me faça vibrar de amor e paixão para que, como recompensa, me receba então com toda a intensidade com que serei capaz de me dar.

Procuro você, minha metade perdida, minha metade escondida, para que viaje comigo àquela estrela distante a fim de que, transcendendo nossa condição de homem e mulher comuns, possamos realizar o nosso destino.

(Maria Teresa)

sábado, 2 de fevereiro de 2008

Amor é Deus em ação

Existem pessoas que percebem que é necessário entender primeiro o fim da "viagem" para se chegar ao princípio...
Que se sentem sempre cheios de possibilidades, sabem que o maior contemplado somos nós mesmos e têm consciência que qualquer Bem ao próximo é válido e nos transmite paz,que alcançada jamais será perdida...
"Aquilo que se faz com Amor parece ir sempre além dos limites do bem e do mau.
O Amor está acima do jogo dual dessa grande mecânica da natureza,a involução(mau)e a evolução(bem).
Amor é DEUS em ação"

perfeitooo!!!!!